Em primeiro lugar gostaria de expor aqui a importância de termos acompanhado a mais importante competição europeia de Beach Handball. Somente presente, filmando e depois analisando que poderemos estar entre os melhores do mundo.
Gravei 50 Gbs em jogos. Em breve disponibilizarei para todos em forma de vídeos. Certamente, cresceremos quando pudermos analisar mais jogos, mais jogadas, mais soluções e outras situações de jogo.
Recepção – Eu e Rossana fomos muito bem recebidos e tivemos acesso VIP aos melhores lugares para assistir, filmar, comunicar e descansar.
Organização – A exigência da Federação Europeia é muito grande e a federação local deu conta com sobras: trabalho primoroso. O espaço era fantástico e próprio para Tênis. Lá é disputado o ATP de Tênis da Croácia. Foi aproveitado o local e montaram caixas de areia nas quadras. Perfeito! Um centro de imprensa simples, mas que dava conta do recado. Um setor VIP com bebidas e alimentação constantes. Filmagens em todas as quadras (5). Fornecimento de vídeos para as equipes envolvidas no jogo. Transmissão pela internet. E na semifinal e final transmissão por TVs. Também na final colocaram uns dançarinos... Música constante, mas irritantemente repetitivas. Eram de 10 a 12 músicas que se repetiram durante 5 dias, sendo que no último o responsável variou.
Equipes – As equipes europeias sofrem com a impossibilidade de longos treinamentos, pois além do frio, seus atletas jogam e têm responsabilidades com o Handebol Indoor. O primeiro problema eles não têm controle, mas a perseguição ao jogador de bom nível de outra modalidade, no meu entender, contribui para as dificuldades pelas quais muitas equipes passam. Sendo assim, de uma maneira geral, eles se desenvolvem na competição. Outro problema muito evidente e a falta de renovação em algumas equipes. Acredito que esse problema, já solucionado pela Rússia, tem atrapalhado o resultado de alguns países. Esse rol de problemas deságua em excessivos giros e pouca jogada aérea. Com a perseguição implacável de árbitros, no início tivemos placares bisonhos, notadamente no feminino.
Feminino – Não sou a pessoa mais qualificada para opinar sobre o feminino, mas vou opinar academicamente. Croácia, Hungria, Itália, Dinamarca e Noruega formaram um primeiro time de Beach Handball. Espanha, que sempre esteve nesse grupo, foi obrigada a levar algumas jogadoras com pouca experiência e acabou pagando um preço alto, ficando em 6º lugar na competição e fora do mundial no Brasil. A grande surpresa foi o precoce afastamento da Ucrânia dos primeiros lugares. Uma equipe jovem, de boa qualidade, mas que se enrolou na hora que não podia.
Ainda no feminino, algumas equipes sofrem com atletas muito pesadas para a areia. Se somarmos os problemas para treinamentos, veremos que para esses países somente sobrarão os últimos lugares. Algo que me chama a atenção é a perseguição de algumas equipes às jogadas combinadas. Acredito que toda equipe tem que ter algo combinado, mas se apoiar exclusivamente nessa postura pode custar caro quando se enfrenta técnicos estudiosos e experientes como são os europeus.
Masculino – Problemas a parte, o nível do masculino foi excelente. Muitas equipes jovens e fisicamente “sobrando”. Sobram experiência de jogo, disposição, estatura, força e conhecimento da modalidade. Equipes como Croácia, Rússia, Espanha, Ucrânia e Hungria estavam ligeiramente superiores. A grande surpresa, pela experiência e por tudo que estavam jogando, foi a Hungria ter ficado de fora da disputa de medalhas. Porém, o Beach Handball não perdoa um set ruim e um shoot out azarado.
O masculino também sofre com excessos de giros, mas o número de jogadas aéreas é bem superior ao feminino, deixando o jogo mais plástico e espetacular.
Negativo – Muitas equipes com problemas de uniformes. Muita gente sem camisa em quadra. Clara afronta à regra do jogo, impondo às equipes uma proibição do goleiro sair da área durante o shoot out, pois se houvesse qualquer toque entre ambos, não importando em que situação, o goleiro seria desqualificado. Absurdo! Excessos em relação à interpretação do giro. Passaram a olhar não só os pés como tronco. Pés paralelos e de frente para a linha de fundo. Na lateral, de frente para a linha de fundo. Pés na posição de um na frente e o outro ligeiramente atrás, mesmo que de frente para o gol eram desconsiderados. Outra vez, absurdo! Felizmente, nas rodadas finais eles diminuíram essa bobagem e podemos ver excelentes jogos, sem a influência de interpretações equivocadas.
Gostaria de agradecer a três pessoas em especial. Siniša Ostojić técnico da Croácia pela gentileza em nos atender prontamente em seu país. A Stanley Mackenzie, diretor da modalidade na CBHb, incansável na luta pela nossa viagem. E Manoel Luiz de Oliveira, presidente da CBHb, por pensar grande e ver o Beach Handball com os olhos de quem vê algo que pode contribuir e promover.