quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Sobre o Europeu de Beach Handball em Randers - Dinamarca

A cidade de Randers é pequena e acolhedora. Estávamos no verão, com frio cortante, em alguns momentos. A cidade é extremamente limpa, num país com preços muito altos para o padrão brasileiro. Mas vale conhecer.

Assistir a um Campeonato Europeu é sempre um prazer. A atmosfera do Beach Handball no continente ajuda muito. Eles sabem juntar festa, lazer e desporto competitivo. A organização das arenas, mídia, alimentação e venda de produtos funcionaram ao estilo países ricos e organizados.

Como em todo Europeu estavam em jogo 5 vagas, em cada naipe, para o Mundial de 2014. Eu e a técnica da seleção feminina tínhamos muitas expectativas em várias equipes que disputavam a competição. No feminino esperávamos muito de Dinamarca, Noruega, Hungria, Croácia e Espanha. Já no masculino pensávamos em Croácia, Rússia, Ucrânia, Hungria, Dinamarca e Espanha.

Competição iniciada e no feminino a Hungria mostrava-se muito a cima das demais. Noruega bem. Dinamarca em casa e com equipe mais atlética. Croácia e Espanha muito renovadas. 

Na segunda fase, competindo pelo título estavam: Dinamarca, Espanha, Itália e Turquia e na outra chave Hungria, Ucrânia, Rússia e Noruega. Ao final os cruzamentos ficaram: Espanha x Noruega, Rússia x Dinamarca, Turquia x Ucrânia e Hungria x Itália. Venceram as favoritas. Semi final com Ucrânia x Dinamarca e Hungria x Noruega. Vitórias de Hungria e Dinamarca. Colocação final: 1o Hungria, 2o Dinamarca,  3o Noruega, 4o Ucrânia, 5o Itália, 6o Rússia, 7o Espanha e 8oTurquia.

Gostei muito de ver a renovação em várias equipes femininas. Outro aspecto que saltou aos olhos foi a forma atlética das jogadoras. Nos pareceu que os países estão mais preocupados em quem levar para a competição mais importante do continente. 

Quanto ao estilo de jogo, não me atrai a procura constante do giro como solução de gol de 2. Quero crer que falta treinamento e empenho em querer transformar o que parece fácil, em algo melhor e mais plástico: o jogo aéreo.

No masculino me surpreendemos com Noruega, que jogou muito bem a fase de classificação e Hungria, que me agrada muito, mas na hora H se complica. Croácia, Rússia e Ucrânia estavam bem, mas não constituíram nenhuma surpresa. Espanha corria por fora e Dinamarca em casa crescia muito com o apoio de sua torcida.

Terminada a fase de classificação disputavam o título os seguintes países: Noruega, Rússia, Dinamarca e Espanha e na outra chave Croácia, Hungria, Ucrânia e Servia. Os cruzamentos ficaram: Dinamarca x Espanha (vitória de Din), Ucrânia x Servia (vitória de Ser, sendo a maior zebra da competição), Croácia x Noruega (vitória de Cro) e Rússia x Hungria (vitória de Rus). Semifinal com Rússia x Sérvia e Dinamarca x Croácia. Rússia e Croácia repetiram a final de Umag 2011, com vitória para a Croácia. Colocação final: 1o Croácia, 2o Rússia, 3o Dinamarca, 4o Sérvia, 5o Espanha, 6o Ucrânia, 7o Hungria e 8o Noruega.

O regulamento da competição é feito para dar chances. Entretanto, vai ao Mundial de 2014 a Sérvia que perdeu 6 jogos em 11 e ficará de fora a Hungria que em 12 jogos venceu 8. Estranho, mas é o regulamento.

O jogo masculino é naturalmente mais plástico. Na Europa encontramos mais equipes empenhadas em fazer o jogo aéreo. Assim, crescem muito as possibilidades de ataque e aumenta a emoção do jogo. O público ganha. Nesse aspecto, foi muito legal ver a cidade apoiando sua equipe. Todos os dias a arena lotava nesses jogos.

Alguns países insistem em apostar nos jogadores de Handebol como possíveis salvadores na areia. Outros apostam em jogadores veteranos de quadra. Pode ser, mas na minha maneira de ver essa é uma aposta fadada ao insucesso. Apostaria minhas fichas em jogadores oriundos de quadra, mas que tivessem tempo para se dedicar ao Beach Handball.

Outra situação muito comentada é o tempo de treinamento. Todos reclamam muito da falta de tempo adequado para treinar. Não conheço a realidade de cada país. Não sei até que ponto a modalidade é apoiada por suas federações. Mas o fato é que se insistirem nessa premissa de pouco treinamento, a competição europeia ficará sempre entre os mesmos, pois não há diferencial em nada. Ganha o mais experiente, mais alto, mais forte, e a Europa não sai do lugar.

Um comentário:

Handebol Três Rios disse...

Professor, a algum tempo tenho tentado entender e buscar cada vez mais sobre o beach handball.
Em vários jogos de equipes européias vejo uma grande dificuldade de um bom passe para o jogo aéreo, ou o próprio entendimento de uma mecânica de jogo que culmine em mais situações de finalizações em aéreas.
Seria esse ´´um dos pontos`` chave, cujo qual essas equipes buscarem tanto os giros?

Bruno Verly